A França até século XVIII tinha uma economia voltada à
produção agrícola, estruturada em um modelo feudal, ou seja, grande parte da
produção dos camponeses era entregue para o dono dos campos que geralmente eram
nobres, religiosos do clero ou para o Rei.
A população total na França em fins do século XVIII era de
aproximadamente de 25 milhões de pessoas, sendo que 20 milhões viviam no campo
(camponeses, nobres e religiosos).
Os três Estados na França:
Divisão dos três Estados na França no século XVIII.
Disponível em: http://soprahistoriar.blogspot.com.br/2011/07/revolucao-francesa-esquema-e-exercicios.html.
Acesso em 07/08/2013
1º Estado: Clero (Padres) – bispos e abades de origem nobre
(2º Estado).
Os padres e monges de origem camponesa ou burguesa (3º
Estado).
2º Estado: Nobreza que possuía o poder político junto com o 1º
Estado (Clero).
A nobreza cortesã vivia a Corte e era recebia benefícios
dados pelo Rei. Usavam o dinheiro recebido dos impostos cobrados do 3º Estado
(camponeses e burgueses).
A nobreza provincial explorava os camponeses.
A nobreza de toga havia comprado títulos de nobreza.
3º Estado: Formado por trabalhadores urbanos (baixa e alta burguesia),
sans-culottes (artesãos, desempregados e aprendizes).
O 1º Estado (Clero) e 2º Estado (Nobreza) sustentados pelo
3º Estado – Camponeses.
Disponível em: http://historiaporimagem.blogspot.com.br/2011/11/caricatura-francesa-do-final-do-seculo.html.
Acesso em 07/08/2013
Política francesa
antes da Revolução.
A política na cidade era controlada pelo Rei (Absolutismo
Monárquica) que recebia o Direito Divino, ou seja, acreditava-se que seu poder
político era concedido por Deus e era absoluto e ilimitado. Utilizava este
poder para intervir na economia cobrando impostos do 3º Estado. Aliado ao clero
católico vivia sobre uma intolerância religiosa, não autorizando outras
religiões, além de restringir às liberdades sociais e fazer perseguições
políticas dos opositores.
Fatores políticos que
influenciaram para a Revolução Francesa
A França ajudou economicamente os Estados Unidos em sua
independência (1776). Esta ajuda, somada à seca agrícola, prejudicaram a
economia francesa, aumentando a insatisfação da sociedade.
Devido à crise econômica, ministros das finanças francesas
solicitavam ao Rei a cobrança de impostos ao clero e à nobreza, porém o Rei não
aceitou e demitiu estes ministros.
Em 1787 a Nobreza e Clero, com medo de perderem seu poder, pressionam
o rei a convocar os Estados Gerais (Assembleia de pessoas que representam os 3
Estados franceses).
Esta reunião não acontecia desde 1614 e servia para
organizar politica e economicamente a sociedade.
Os votos de todos os deputados eram válidos apenas por
estados, portanto Clero (1º Estado) e Nobreza (2º Estado) sempre se uniam e venciam
o 3º Estado que, mesmo constituindo a maior parte da população francesa, só
tinha contabilizado um voto.
A Burguesia (3º Estado) exigia um número maior de deputados,
igual ao dos dois outros Estados e exigia que o voto na Assembleia fosse
individual e não por Estado. O rei atendeu apenas primeira exigência e não
autorizou o voto individual.
O 3º Estado, insatisfeito, se aliou ao baixo clero e nobreza
de toga e criaram uma Assembleia
Nacional Constituinte.
O Rei reagiu mandando fechar o Congresso Nacional e prender
os deputados.
Início da Revolução
Enquanto o rei convocava as tropas militares, os burgueses e
populares organizaram milícias populares, financiados pela burguesia para
enfrentar as tropas do rei.
14 de julho de 1789 a população tomou a Bastilha (prisão política – símbolo de autoridade do Rei). Os
presos políticos foram libertados.
Para evitar uma revolução, foi extinto os direitos feudais
em agosto de 1789.
Em 26 de agosto de 1789 a Assembleia Nacional Constituinte
criou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Pontos defendidos:
- Dignidade da pessoa humana;
- Liberdade e igualdade perante a lei;
- Direito à propriedade privada;
- Resistência à opressão política;
- Liberdade de pensamento.
Em 1790 a Assembleia Constituinte confiscou propriedades da
Igreja e subordinou o clero à autoridade do Estado (Constituição Civil do Clero). Religiosos e nobres fogem da França e
no exterior organizam exército para reagir contra à Revolução Francesa.
A Monarquia
constitucional
Em 1791, após a elaboração da Carta constitucional, a França
tornou-se uma Monarquia Constitucional, conduzida pela burguesia. Princípios
dessa constituição:
- Igualdade jurídica de todos os cidadãos (mantendo a
escravidão nas colônias).
- Completa liberdade de produção e de comércio e proibição
das greves dos trabalhadores.
- Liberdade de crença religiosa e a separação entre Estado e
Religião.
- Divisão do Estado em três poderes: Legislativo, Executivo
e Jurídico. Nas eleições, foi substituído o voto censitário (apenas nobres
podiam votar) pelo voto universal (aberto a todos os homens maiores de idade).
Fuga do Rei e a
invasão na França.
O Rei Luís XVI não aceitou a perda de poder e conspirou
contra a revolução, tentando fugir em 1791 da França, mas é preso e acusado de
traição.
O exército austro-prussiano, aliado do rei, invade a França,
mas o exército defende o país e elimina os inimigos.
República e Convenção
Nacional
Neste momento é proclamada a república francesa, governada
pela Assembleia Nacional que é chamada de Convenção.
Período no qual o 3º Estado é dividido em partidos políticos:
- Partido Feuillants: Representantes
da burguesia financeira, defensores da Monarquia Constitucional.
- Partido Girondino: Representantes da burguesia comercial e industrial,
defensores da República.
- Partido Jacobino:
Repreentantes da pequena burguesia e os Cordeliers: Representantes
das camadas populares, ambos defendiam a execução do rei e a instauração da
República.
- Partido de Planície: Representando uma parte da
burguesia financeira e outra, a burguesia industrial.
O rei foi julgado na Convenção, acusado por Robespierre, como traidor e
condenado à guilhotina, sendo executado em 21 de janeiro de 1793.
Período do Terror
A execução do rei provocou revoltas internas e uma
reorganização das forças absolutistas estrangeiras. Para enfrentar a ameaça, os
jacobinos criaram uma série de órgãos encarregados da defesa da revolução.
Entre esses órgãos temos:
- Comitê de Salvação
Pública – Responsável pelo controle do exército e da administração do país.
- Tribunal
Revolucionário – Encarregado de vigiar, prender e punir os traidores da
causa revolucionária.
Nessa época, instalou-se uma verdadeira ditadura dos
jacobinos, sob a liderança de Robespierre. Este procurava equilibrar diversas
tendências políticas, algumas ligadas à alta burguesia e outras próximas das
aspirações das camadas populares.
Robespierre para manter-se no poder, eliminava opositores e até
membros da própria Convenção, no qual Danton, líder dos girondinos, discordava.
O partido dos girondinos e de planície uniram
forças contra o governo de Robespierre (partido jacobino), que perde apoio
popular.
O resultado foi a prisão e execução por guilhotina de
Robespierre.
Diretório
Após a morte de Robespierre, a Convenção é controlada por
representares da alta burguesia que elaboraram uma nova constituição.
A constituição ficou pronta em 1795, estabelecendo a continuidade
do regime republicano, eliminando o voto universal e voltado o voto censitário
(apenas os proprietários podiam votar).
5 membros eram eleitos pelo Legislativo no qual fariam parte
do Diretório que durou de 1795 – 1799.
Este foi um período de alto desemprego, falta de
abastecimento nas cidades e corrupção.
O exército foi liderado por Napoleão Bonaparte que havia
retornado de uma campanha militar no Egito.
O Golpe do 18 de Brumário e o Império Napoleônico
Durante este período, houve embates com tropas estrangeiras.
Napoleão Bonaparte se destaca e é apoiado pela burguesia e exército para
derrubar o Diretório e assumir o poder do país
18 de Brumário – 10 de novembro de 1799, consolidando o
poder da burguesia.
Napoleão Bonaparte dissolve o Diretório e cria o Consulado,
instaurando uma nova Constituição e se auto proclamando Cônsul.
Período no qual o país passa por um processo de
industrialização, alianças com o clero católico, aumento de obras públicas,
estradas, portos, urbanização, diminuindo o desemprego.
Também é feito reformas educacionais e presos políticos são
libertos.
Em 1805 Napoleão anexou parte da Itália, e começa a anexar
outros territórios como Alemanha (Prússia), Império Austríaco e leste europeu,
se aproximando da Rússia.
Para impedir o avanço econômico de sua inimiga, Inglaterra,
Napoleão Bonaparte cria o Bloqueio Continental, proibindo todos os países
europeus de comercializarem com a Inglaterra.
Portugal e Espanha não aceitam participar do Bloqueio
Continental.
Resultado: Espanha é invadida pela França em 1807 e Portugal
é invadido em 1808 – Período que a Família Real portuguesa vem para o Brasil.
Rússia começa a desestruturar economicamente por causa do
Bloqueio Continental e volta a comercializar com a Inglaterra em 1811.
A França tenta invadir a Rússia, mas os russos usam tática
de guerra para impedir avanço francês.
Tática da Terra arrasada consistia em destruir as plantações
e jogar veneno nos rios. Muitos franceses são mortos e recuam para a França.
Aliança entre Rússia, Inglaterra, Prússia e Áustria em 1814
para derrubar Napoleão Bonaparte do poder francês.
Em 1815 Napoleão Bonaparte é preso e é feito o
Congresso de Viena no mesmo ano para restabelecer o mapa político europeu.
Exercícios:
1) Descreva como era a organização social e
política na França antes da Revolução, indicando quais pessoas faziam parte dos Três Estados.
2) Quais fatores contribuíram para o início da Revolução francesa?
3) Descreva como foi o início da Revolução
francesa.
4) O que foi a Monarquia Constitucional e quais
seus princípios?
5) Descreva sobre a divisão política do 3º Estado
na França.
6) O que foi o período do Terror?
7) Como era organizado o Diretório?
8) Descreva como Napoleão Bonaparte chegou ao poder
na França, quais melhorias ele trouxe para a França e como ele foi derrotado?